“A Feira do Livro Indígena foi concebida durante
uma palestra de escritores na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Percebi a
organização e a maneira respeitosa com que a ação acontecia, a abrangência do
indivíduo inserido no coletivo. Foi a partir daí que surgiu o convite para
participarem de uma feira embrionária. Com entusiasmo um amigo sugeriu de
fazermos uma feira sobre a literatura indígena. Hoje a Flimt é somatória desse
encontro de pessoas entorpecidas pela cultura riquíssima desse povo”. Essas são
as palavras da coordenadora executiva da Flimt, Vannessa Jacarandá, que
relembrou como tudo começou, há pouco mais de seis anos atrás.
Há um dia de começar a Feira da Literatura Indígena
de Mato Grosso, Vannessa conta que será uma grande oportunidade de se reunir
num único espaço, diversidade, conhecimento e cultura, aproximar e
desmistificar, incluir tudo o que for relacionado ao tema. “Todos somos irmãos
e a Flimt foi criada, não para ser mais uma, mas para ser única”, disse a
coordenadora ao agradecer, também o pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência
(Procev) da Universidade Federal de Mato Grosso, Fabrício Carvalho, por todo
empenho durante esta jornada. “Agradecemos seu bom humor, sinceridade e a forma
como conduziu todo esse processo: de modo preciso”.
A Flimt 2015 integra as comemorações dos 45 da UFMT
e na avaliação do pró-reitor, a feira é importnate não só para Mato Grosso, mas
também para o Brasil, onde as pessoas têm a oportunidade de reconhecer a
literatura daqueles que escrevem as
causas dos povos indígenas. “Vai ser um momento de muita valorização da cultura
brasileira. A UFMT tem um compromisso com os povos indígenas. Na instituição os
índios têm lugar no Progrma Próindi, Guerreiros da Caneta, não só em graduação,
mas também em pós-graduação. Temos indígenas no mestrado e doutorado, uns
inclusive trabalham com a gente”, disse.
De acordo com Fabrício Carvalho, este será um
momento muito importante para reconhecermos essa importante raiz, que balisa
estudos importantes para a manutenção das tradições e da preservação estética e
oral das nações indígenas. “Uma feira
como essa é fundamental, também para a UFMT, que em seus 45 anos está
diretamente ligada com tudo o que se relaciona a Mato Grosso. Há 45 anos a instituição
defende e articula com as nações. Não poderia deixar de ser diferente nesse momento de 45 anos
homenagearmos os povos indígenas por meio da FLIMT e fazer com que a Universidade
amplie cada vez mais a sua base de atuação frente aos nossos irmãos indígenas”,
falou.
Para o secretário de Cultura, Esporte e Turismo de
Cuiabá, Alberto Machado, a FLIMT dá oportunidade ao povo cuiabano, que tem na
sua origem os povos indígenas, é uma chance de ter mais de perto esse contato
com a cultura do índio e com sua produção literária e intelectual que vem
desses povos. “Em Mato Grosso nós temos mais de 40 etnias indígenas e no
entanto a população tem pouca proximidade e oportunidade de ter contato com
essa cultura. A FLIMT é fundamental para estreitar esse laço com a população
cuiabana e os povos indígenas”, discorreu.
Convite – Um dos convidados a participar da FLIMT
2015, o escritor indígena Ely Macuxi convidou todos os parentes indígenas e não
indígenas para a feira. “Venham para esta celebração literária para dialogarmos
e refletirmos sobre a cultura indígena. Esta feira traz o tema ‘A sabedoria das
matas ecoando na cidade’. Ecoando sabedoria inígenas, os mitos, os rituais, sua
forma de viver”, convidou Macuxi.
Ele disse que essa será uma oportunidade para se
refletir com os povos indígenas como eles estão se utilizando da escrita , da
literatura para afirmar sua cultura no mundo global e tecnológico. “Vamos
discutir como está sendo estabelecido o diálogo entre a modernidade e a
tradição na cidade, como eles tyêm se utilizado dessa tecnologia, que é a
escrita, para promover e afirmar suas culturas. É a sabedoria que vem das
matas. É conhecimento, diversidade, cultura de povos reunidos para apresentarem
seus adornos corporais, suas pinturas, cantos e danças tradicionais. É uma
grande celebração da diversidade e da união, do comprometimento em defesa da
vida da cultura dos povos”, concluiu.
Flimt
2015 - A terceira edição da Feira do Livro Indígena de Mato Grosso (Flimt) traz
em 2015 uma programação diversificada para o público adulto e infantil, de 21 a
23 de outubro, no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT). Serão exposições de livros, palestras, mesas de debates, sarau
literário, bate papo seguido de autógrafos com os escritores, cantos, rodas de
conversa, contação de histórias, além da exibição de documentários e vídeos.
A
programação começará a partir das 8h e se estenderá até a noite. Durante todos
os dias da feira a biblioteca itinerante, de Clóvis Matos estará presente, com
um acervo de livros disponíveis aos amantes da leitura.
Fonte: Dani Cunha
Assessoria Flimt 2015
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