Participantes indígenas destacam importância da FLIMT

sábado, 24 de outubro de 2015
Fonte: Dani Cunha/Assessoria FLIMT 2015
Fotos: Edson Rodrigues

Várias etnias de estados brasileiros se encontraram na Feira do Livro Indígena de Mato Grosso ( FLIMT 2015), de 21 a 23 de outubro, no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Além deles, o coordenador da Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (DLLLB), do Ministério da Cultura, Volnei Canonica também estava presente e participou de uma das mesas de debate sobre o diálogo entre as políticas culturais e povos indígenas. Esta foi uma oportunidade  onde todos puderam  trocar experiência e difundir ainda mais a cultura desse povo.


Edson Maia, um grande pesquisador indígena, que veio do Amazonas para participar da FLIMT ressaltou que o caminho que fizeram até a feira já implica necessariamente a importância que ela tem. "Não viríamos aqui  se não fosse importante para nós. A FLIMT é importante porque conjuga pensamentos, coloca em evidência pensamentos diversificados de diversas etnias, mas que tem  um valor fundamental na construção e reconstrução da ancestralidade dos conhecimentos tradicionais, da visão cosmológica que nós temos, do nosso modo vivente. A feira é um ponto onde você discute, conhece, reflete e se você veio de bolsa vazia, você leva uma bagagem espiritual muito grande. A importância da feira está nesse  compartilhar de conhecimentos e evidentemente fortalecê-los cada vez mais".

Também do Amazonas, o escritor e expositor de artesanato, Jaime Diakara, conta que é a primeira  vez que participa da Feira e considera de suma importância contribuir, dialogar e fortalecer a cultura indígena em nível nacional. "Para mim, foi um prazer ser recebido por todos. Eu trouxe alguns trabalhos que publiquei, algumas atividades de artesanatos, por isso quero agradecer  a coordenação que depositaram confiança em mim e no meu trabalho".


Um dos palestrantes da FLIMT, Denilson Baniwa, que também é repórter da primeira rádio web indígena do Brasil, a Rádio Yandê, falou durante os debates sobre seu trabalho como ilustrador e comunicador. Denilson, que também veio do Amazonas e vive atualmente no Rio de Janeiro, disse que a FLIMT foi importante, primeiro para mostrar que  indígenas e não indígenas estão publicando materiais de literatura falando sobre o tema indígena de cultura, de identidade. "Os debates estão sendo bem interessantes e as pessoas estão perguntando bastante, o que mostra que há interesse no tema, isso é bem legal e através da rádio estou fazendo a cobertura e gravando entrevistas para divulgar um pouco da cultura indígena no Brasil".







União da diversidade marca abertura da FLIMT 2015

quarta-feira, 21 de outubro de 2015
Fonte: Dani Cunha - Assessoria FLIMT 2015
Fotos: Edson Rodrigues

A terceira edição da Feira do Livro Indígena de Mato Grosso foi marcada pela promoção da união da diversidade entre os povos e valorização do índio e do não índio, bem como a integração de ambas as culturas. Esse é um dos escopos da Feira, promover essa integração e respeito entre ambas as partes. A abertura ocorreu na manhã desta quarta-feira (21 de outubro), no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), na presença de autoridades indígenas e civis e também de diversos escritores da literatura indígena e não indígena, de renomes nacionais.

A solenidade de abertura começou com o hino nacional brasileiro, cantado na língua Ticuna pela indígena Djuena Tikuna, do Amazonas, um momento único e emocionante para os presentes. Em seguida, a presidente do Instituto Usina, Lucia Picanço, fez o seguinte questionamento: “quem é branco aqui? Quem é índio aqui? Vamos olhar para a nossa ancestralidade”, disse ao agradecer a cada instrutor indígena e não indígena que leva um pouco da sabedoria das matas para a criança e para cada um dos presentes. “Que a sabedoria dos pajés, anciões e das florestas estejam conosco”, acrescentou.

O secretário-adjunto de Cultura, Esporte e Turismo, Paulo Traven, que na oportunidade representou o secretário Alberto Machado, destacou que a Feira é contemporânea e tem tudo a ver com Mato Grosso, um estado com mais de 42 etnias, cuja capital, segundo ele, ainda é uma cidade tão distante das sabedorias das matas, da floresta. “Essa é uma oportunidade especial para Cuiabá, de estarmos todos juntos com este movimento. Esta é uma ação que agrega muito valor às iniciativas da Prefeitura”, disse.

Ely Macuxi, um dos escritores convidados para a FLIMT falou em nome de todos os indígenas presentes e manifestou sua alegria de estar ali. Ele, que é presidente do Instituto de Escritores e Artistas Indígenas Weá’á, disse que o que sempre buscam é o equilíbrio, a convivência. “Queremos ser uma alternativa para esse mundo, temos ricas experiências e viemos trazer a mensagem da coletividade, da vida e do respeito a todos e os povos indígenas têm muito a falar sobre isso”.

A coordenadora executiva da FLIMT, Vannessa Jacarandá, falou sobre a vitória da realização da Feira, que é única na América Latina, e de sua concretização enquanto realidade que busca fomentar a cultura indígena. Ela afirmou que a Feira é uma vitória de todos. “Jamais nada disso aconteceria se não tivéssemos o apoio do pró-reitor Fabrício Carvalho, da Secretaria de Cultura do Município e também do Instituto Usina”, pontuou.

Segundo o pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência da UFMT, Fabrício Carvalho, a FLIMT ser realizada na UFMT e integrar as comemorações dos 45 anos da instituição de ensino universitário é fundamental. A UFMT, de acordo com ele, tem uma ligação muito forte com as questões indígenas. “Estamos umbilicalmente ligados ao estudo antropológico das nações indígenas em Mato Grosso, nós temos programas especiais onde os indígenas têm acentos nas cadeiras de graduação e pós-graduação, temos especialistas que estudam matérias e assuntos, criando politicas públicas para os índios. A UFMT tem esse link muito forte com o tema. A FLIMT para a UFMT é muito natural, principalmente nesta condição de extensionista, dialogando, ajudando a construir políticas públicas que possam vir a contribuir para o desenvolvimento do Estado, tendo um olhar para o estudante da universidade. Isso faz parte da nossa concepção do acesso a informação”, ressaltou.

A curadora da Feira do Livro Indígena, Anna Claudia Ramos, falou da importância de cada vez mais entender que o Brasil é uma mistura de povos. Em sua visão, quando se entende que somos uma nação da diversidade, realmente estaremos vivendo os novos tempos. Ela salientou que a FLIMT deste ano traz uma diversidade, com representantes de alguns institutos, escritores de várias searas, indígenas e não indígenas. Porém, segundo Anna Claudia, o grande ganho da edição deste ano é um espaço para as crianças, especificamente. “Cada vez mais a gente não pode pensar uma feira fora de um trabalho com uma formação do leitor. O aluno da universidade daqui a alguns anos é o aluno que está hoje na escola. Se começarem, desde cedo a serem educados para esse olhar da diversidade e respeito, para essa sabedoria da cidade na floresta, viveremos num mundo mais humano e melhor”, enfatizou.

A curadora informou ainda que nesta edição da FLIMT conta a participação da Panda Books, uma editora que publica autores indígenas.

Para a diretora da Casa de Cultura, Larissa Freire, que gentilmente cedeu o espaço onde é realizada exposição do Setembro Freire, as missões entre ambos os eventos são comuns, assim como  a casa Silva Freire faz, voltado para as crianças e de literatura de vanguarda, voltada para o movimento de intensivismo. “Não haveria como não ceder espaço á FLIMT. Estamos muito felizes e se tem uma influencia da literatura, é a indígena”.

O contador de histórias, Renê Kithaulu (in memorian) foi homenageado pelo indígena José Angelo Nambiquara, que falou sobre a relevância dos índios traduzirem as informações originárias e naturais, trazendo essa informação através da própria leitura. Ele ressaltou a importância que teve Renê Kithaulu, uma liderança, um escritor na comunidade indígena, que ajudava na tradução das obras literárias.

Por fim, o pajé Marcio Bororo fez a abertura espiritual da FLIMT, com um canto milenar do povo bororo, dando boas vindas a todos. Ele aproveitou e destacou a interação entre os povos, que tem tudo a ver com o tema da Feira este ano. “Me sinto muito satisfeito de ver meus parentes participarem deste evento. Acredito que isso tem tudo a ver com a alcunha escritural sim. A universidade tem que formar técnicos mas tem sim que se preocupar com o ser humano, com a alma, com o espírito do indivíduo”.

A FLIMT ocorre no Centro Cultural da UFMT, nesta quinta e sexta-feira (22 e 23 de outubro), com uma riquíssima programação, durante todo o dia, a partir das 8h.

Confira mais fotos da abertura da FLIMT:














terça-feira, 20 de outubro de 2015
Programação FLIMT 2015
“A sabedoria das Matas ecoando na cidade”


A terceira edição da Feira do Livro Indígena de Mato Grosso (Flimt) traz em 2015 uma programação diversificada para o público adulto e infantil, de 21 a 23 de outubro, no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Serão exposições de livros, palestras, mesas de debates, sarau literário, bate papo seguido de autógrafos com os escritores, cantos, rodas de conversa, contação de histórias, além da exibição de documentários e vídeos.

Confira a programação completa:

PROGRAMAÇÃO FLIMT 2015: “A sabedoria das Matas ecoando na cidade”

21 de Outubro
Centro Cultural da UFMT/Procev
Manhã
8h às 9h - credenciamento
9h – In Memorian: Renê Kithaulu (Contador de histórias), homenageado pelo Pajé Renato kithaulu Nambiquara.
9h30 – Abertura Espiritual: Pajé Márcio Bororo.
10h30 – Abertura oficial com o Hino Nacional cantado por Djuena Tikuna, na língua Ticuna (AM).

Tarde
14h - Conversas da floresta: Mulheres indígenas e suas histórias: fonte de sabedoria – doutoranda em educação, Claudia Cristina Carvalho (MT), doutoranda do Eco-UFMT, Isabel Taukane (MT) e Djuena Tikuna (AM), com Mediação da Dra. Anna Maria Ribeiro (MT).

Tarde (adulto)
16h30 – Mesa de debates: A ilustração e a palavra na literatura indígena – escritora Naná Martins (RJ), escritor Tiago Hakiy (AM) e escritor YaguarêYamã Aripunaguá (AM) e Edson Maia (AM), com mediação do Ilustrador Denilson Baniwa (RJ).

Tarde (infantil)
14h e 15h – Conversa de Pajé com Curumim.
Grupo 1: Pajé Renato Kithaulu Nambiquara.
Grupo 2: Pajé Marcides Catulo Peruare.

Noite (Adulto)
19h – bate papo seguido de autógrafos escritor Yaguarê Yamã Aripunaguá (AM), escritora Naná Martins (RJ), escritor Tiago Hakiy (AM) e escritor Jaime Diakara (AM).
19h30 – Sarau literário.

22 de Outubro
Centro Cultural da UFMT/Procev
Manhã (Adulto)
8h – Cantos para iniciar os Pajés presentes.
8h30 – Mesa de debates: Literatura indígena na sala de aula – doutoranda do Eco-UFMT, Isabel Taukane (MT), escritor Ely Macuxi (AM) e Dr. Everton Almeida Barbosa (MT), com mediação do Dr. Rosemar Coenga (MT).
10h – Conversas da floresta: O papel dos anciões na formação da juventude indígena – Pajé Renato Kthaulu Nambiquara, Pajé Marcio Bororo e Pajé Marcides Catulo Peruare, com mediação do Dr. José Eduardo Fernandes Moreira da Costa (MT).

Manhã (Infantil)
9h – Roda de Conversa com o escritor Roni Wasiry (AM).
10h – Roda de Conversa com a jornalista e escritora Diléa Frate (RJ).

Tarde (Adulto)
14h - Mesa de debates: Um diálogo entre políticas culturais e povos indígenas - Dra. Sônia Lourenço (UFMT), Volnei Canonica (DLLLB/MINC) e Pajé e jornalista Ailton Krenac (MG), com mediação da Dra. Anna Maria Ribeiro (MT).
Homenagem do Instituto Usina e organizadores da FLIMT ao escritor e jornalista Ailton Krenak.
16h30 – Mesa de debates: A cultura indígena nas diferentes mídias – Ilustrador Denilson Baniwa (Rádio Yandê - RJ), escritora Rita Carelli (SP) e jornalista e escritora Dilea Frate (RJ), com a mediação da produtora cultural Keiko Okamura (MT).
17h30 - Roda de conversa e autógrafos – jornalista e escritora Diléa Frate (RJ), escritor Ely Macuxi e escritor Roni Wasiry.

Tarde (Infantil)
14h – Contação de histórias com o escritor Jaime Diakara (AM).
15h – Roda de Conversa com o escritor Yaguarê Yamã Aripunaguá (AM).

Noite
19h - Laulau Kuma Txicão (MT) e Rita Carelli (SP) - Apresentação do Documentário: Marangmotxíngmo Mïrang – das Crianças Ikpeng para o Mundo (de Kumaré, Karané e Natuyu Ikpeng. Produção Vídeo nas Aldeias).
19h30 – Sarau literário.

23 de Outubro
Centro Cultural da UFMT/Procev
Manhã (Adulto)
8h – Cantos e abertura espiritual: Pajé Marcio Bororo.
8h30 – Conversas da floresta: a sabedoria dos pajés – Pajé Pajé Marcides Catulo Peruare e Renato Kithaulu Namiquara, com mediação do escritor Tiago Hakiy (AM).
10h – Mesa de debates: A educação indígena: de dentro para fora e de fora para dentro – escritora Rita Carelli (SP),  escritor Roni Wasary (AM) e Dra. Anna Maria Ribeiro (MT), com mediação de Anna Claudia Ramos.

Manhã (Infantil)
9h30 – Roda de Conversa com a escritora Naná Martins (RJ).
10h30 – Roda de Conversa com o escritor Ely Macuxi (AM).

Tarde (Adulto)
14h – Mesa de debate: Editores em foco! – UNEMAT e UFMT e Tatiana Fulas (Editora Panda Books-SP), com mediação de Anna Claudia Ramos.
16h – Mesa de debates: Da oralidade para os livros – escritor Yaguarê Yamã Aripunaguá (AM), escritora Naná Martins (RJ)  e escritor Ely Macuxi (RJ), com mediação do escritor Jaime Diakara (AM).

Tarde (Infantil)
14h – Roda de Conversa com o Cineasta Laulau Kuma Txicão (MT) e a escritora Rita Carelli (SP). Apresentação do Documentário: Marangmotxíngmo Mïrang – das Crianças Ikpeng para o Mundo (de Kumaré, Karané e Natuyu Ikpeng. Produção Vídeo nas Aldeias).
15h – Roda de Conversa com o escritor Tiago Hakiy (AM).
17h30 – Ritual de despedida e encerramento. 


* Todos os dias do evento contaremos com a presença de Clovis Matos e sua biblioteca Itinerante. 

FLIMT começa nesta quarta-feira e traz diversidade cultural

Foto: Edson Rodrigues 

“A Feira do Livro Indígena foi concebida durante uma palestra de escritores na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Percebi a organização e a maneira respeitosa com que a ação acontecia, a abrangência do indivíduo inserido no coletivo. Foi a partir daí que surgiu o convite para participarem de uma feira embrionária. Com entusiasmo um amigo sugeriu de fazermos uma feira sobre a literatura indígena. Hoje a Flimt é somatória desse encontro de pessoas entorpecidas pela cultura riquíssima desse povo”. Essas são as palavras da coordenadora executiva da Flimt, Vannessa Jacarandá, que relembrou como tudo começou, há pouco mais de seis anos atrás.

Há um dia de começar a Feira da Literatura Indígena de Mato Grosso, Vannessa conta que será uma grande oportunidade de se reunir num único espaço, diversidade, conhecimento e cultura, aproximar e desmistificar, incluir tudo o que for relacionado ao tema. “Todos somos irmãos e a Flimt foi criada, não para ser mais uma, mas para ser única”, disse a coordenadora ao agradecer, também o pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência (Procev) da Universidade Federal de Mato Grosso, Fabrício Carvalho, por todo empenho durante esta jornada. “Agradecemos seu bom humor, sinceridade e a forma como conduziu todo esse processo: de modo preciso”.

A Flimt 2015 integra as comemorações dos 45 da UFMT e na avaliação do pró-reitor, a feira é importnate não só para Mato Grosso, mas também para o Brasil, onde as pessoas têm a oportunidade de reconhecer a literatura daqueles que escrevem  as causas dos povos indígenas. “Vai ser um momento de muita valorização da cultura brasileira. A UFMT tem um compromisso com os povos indígenas. Na instituição os índios têm lugar no Progrma Próindi, Guerreiros da Caneta, não só em graduação, mas também em pós-graduação. Temos indígenas no mestrado e doutorado, uns inclusive trabalham com a gente”, disse.

De acordo com Fabrício Carvalho, este será um momento muito importante para reconhecermos essa importante raiz, que balisa estudos importantes para a manutenção das tradições e da preservação estética e oral das nações indígenas.  “Uma feira como essa é fundamental, também para a UFMT, que em seus 45 anos está diretamente ligada com tudo o que se relaciona a Mato Grosso. Há 45 anos a instituição defende e articula com as nações. Não poderia deixar  de ser diferente nesse momento de 45 anos homenagearmos os povos indígenas por meio da FLIMT e fazer com que a Universidade amplie cada vez mais a sua base de atuação frente aos nossos irmãos indígenas”, falou.

Para o secretário de Cultura, Esporte e Turismo de Cuiabá, Alberto Machado, a FLIMT dá oportunidade ao povo cuiabano, que tem na sua origem os povos indígenas, é uma chance de ter mais de perto esse contato com a cultura do índio e com sua produção literária e intelectual que vem desses povos. “Em Mato Grosso nós temos mais de 40 etnias indígenas e no entanto a população tem pouca proximidade e oportunidade de ter contato com essa cultura. A FLIMT é fundamental para estreitar esse laço com a população cuiabana e os povos indígenas”, discorreu.

Convite – Um dos convidados a participar da FLIMT 2015, o escritor indígena Ely Macuxi convidou todos os parentes indígenas e não indígenas para a feira. “Venham para esta celebração literária para dialogarmos e refletirmos sobre a cultura indígena. Esta feira traz o tema ‘A sabedoria das matas ecoando na cidade’. Ecoando sabedoria inígenas, os mitos, os rituais, sua forma de viver”, convidou Macuxi.

Ele disse que essa será uma oportunidade para se refletir com os povos indígenas como eles estão se utilizando da escrita , da literatura para afirmar sua cultura no mundo global e tecnológico. “Vamos discutir como está sendo estabelecido o diálogo entre a modernidade e a tradição na cidade, como eles tyêm se utilizado dessa tecnologia, que é a escrita, para promover e afirmar suas culturas. É a sabedoria que vem das matas. É conhecimento, diversidade, cultura de povos reunidos para apresentarem seus adornos corporais, suas pinturas, cantos e danças tradicionais. É uma grande celebração da diversidade e da união, do comprometimento em defesa da vida da cultura dos povos”, concluiu.

Flimt 2015 - A terceira edição da Feira do Livro Indígena de Mato Grosso (Flimt) traz em 2015 uma programação diversificada para o público adulto e infantil, de 21 a 23 de outubro, no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Serão exposições de livros, palestras, mesas de debates, sarau literário, bate papo seguido de autógrafos com os escritores, cantos, rodas de conversa, contação de histórias, além da exibição de documentários e vídeos.
A programação começará a partir das 8h e se estenderá até a noite. Durante todos os dias da feira a biblioteca itinerante, de Clóvis Matos estará presente, com um acervo de livros disponíveis aos amantes da leitura.

Fonte: Dani Cunha
Assessoria Flimt 2015

FLIMT terá programação para crianças e vai reunir convidados diferenciados

quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Foto: Edson Rodrigues

A Feira do Livro Indígena de Mato Grosso (FLIMT), que ocorre de 21 a 23 de outubro, no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), traz, em sua terceira edição, uma novidade em sua programação. Vários momentos serão dedicados às crianças.  Serão oportunidades onde elas poderão estar em contato direto com os autores, que vão poder falar aos pequenos, sobre sua história, trocar ideias e contar um pouco de suas experiências.

Para uma das curadoras da FLIMT 2015 e que participou das três edições da feira, a escritora carioca Anna Cláudia Ramos, essa interação e integração com as crianças vai ser um ganho muito grande porque quanto mais cedo houver o início na formação  leitora de qualidade das crianças, melhor. “Isso é imprescindível. Elas vão entender que mais do que ir a FLIMT para fazer uma pintura é conversar com os autores, com os pajés, entenderem as histórias, os trabalhos e toda essa dinâmica que está por trás de tudo o que acontece, porque formando toda essa geração que está ai com o olhar  do respeito pelo outro, daqui a alguns anos a gente com certeza vai ter uma geração muito mais unida nesse planeta”, ressaltou Anna.

Outra característica interessante da FLIMT 2015, conforme disse a curadora, será o número de convidados bastante diferenciados que a organização do evento conseguiu unir, com vozes diferentes, como ela mesma mencionou. “Estamos conseguindo agregar nesta edição diferentes institutos indígenas, autores que não são indígenas mas que escrevem sobre essa temática e que têm um conhecimento dessa causa ou que estão juntos batalhando por tudo isso. Temos histórias muito interessantes dos convidados. Quando trazemos essas vozes diferenciadas a gente escuta as diversidades. Vamos ter uma  edição da feira muito agregadora de valores, com povos diferentes, de diferentes lugares desse nosso imenso país, discutindo uma questão maior que é a cultura e literatura indígena, a arte indígena dentro da nossa produção cultural e acho que isso é de uma importância ímpar e essa edição vai abordar todos esses olhares”, discorreu.

Um dos pontos de debates serão as mesas redondas que discutirão a questão de dentro para fora e de fora para dentro das aldeias. O olhar, segundo disse Anna Cláudia, de quem é da cidade  e foi morar dentro de uma aldeia e vice-versa. Entender esses novos modelos. A escritora explica que as vezes as pessoas têm ideia equivocada quando vê algum indígena e diz que está se descaracterizando porque está saindo do seu local de origem. “Estamos vivendo novos tempos e vamos conviver todos unidos. As pessoas, daqui há alguns anos, espero, vão aprender a se respeitar porque elas são gente, independente se elas são brancas, negras ou indígenas. O Brasil é feito dessa grande diversidade e quando essa diversidade conversa, troca, a gente só tem  a ganhar com tudo isso”, falou.

Muitos destes atos se formam desde a infância, em casa, na escola. Anna Cláudia destaca a importância de se ter um instituto como o Usina para abraçar eventos como este para que cresçam a cada edição, contemplando mais público, com mais pessoas entendendo e discutindo. É importante que os educadores participem da FLIMT, especialmente os de Cuiabá, onde ela acontece, para que eles entendam a importância do trabalho com toda a questão indígena  e da literatura de um modo geral. “A ideia é que daqui para frente, cada vez mais possamos ter esse diálogo com os educadores, os educadores entendendo e conhecendo a obra de todos os convidados da Feira do Livro Indígena de Mato Grosso”, concluiu.

Durante todos os dias da feira a biblioteca itinerante, de Clóvis Matos estará presente, com um acervo de livros disponíveis aos amantes da leitura.

A FLIMT- O tema deste ano é: “A sabedoria das Matas ecoando na cidade”, num evento que integra as comemorações dos 45 anos da Universidade Federal de Mato Grosso. A Feira é uma realização do Instituto Usina, UFMT, Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo de Cuiabá e do Ministério da Cultura.

A Feira do Livro Indígena de Mato Grosso foi um dos dez eventos selecionados no Brasil pelo Edital de Apoio ao Circuito Nacional de Feiras de Livros e Eventos Literários 2014, promovido pelo Ministério da Cultura (MinC).

O principal objetivo do evento este ano é fomentar o entendimento do Brasil indígena contemporâneo e o acesso da sociedade mato-grossense ao livro e à leitura.

Confira a programação completa, com todos os convidados, no endereço: http://flimt2015.blogspot.com.br/

Fonte: Dani Cunha/Assessoria Flimt 2015
Fotos: Edson Rodrigues

Conheça um pouco dos escritores que estarão na FLIMT 2015

Anna Claudia Ramos


Anna Claudia Ramos é carioca, graduada em Letras pela PUC/Rio e mestre em Ciência da Literatura pela UFRJ. Além de escritora, também é ilustradora. Anna foi coordenadora de biblioteca particular e professora de Literatura InfantoJuvenil por muitos anos.
Publicou seu primeiro livro em 1992, mas desde pequena tinha mania de inventar histórias. Com seus mais de 40 livros publicados recebeu incontáveis prêmios e reconhecimentos. Atualmente é uma das sócias do Atelier Vila das Artes, uma empresa de consultoria e produção editorial, que oferece oficinas de criação e análise de originais. Está em seu segundo mandato como presidente da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil (AEILIJ). É curadora e mediadora do programa Leitura em Debate, que está no seu segundo ano e cujos encontros acontecem na Biblioteca Nacional.
Anna ainda viaja pelo Brasil ministrando palestras e oficinas, faz editoriais, suplementos literários, escreve textos para livros didáticos e textos de divulgação para várias editoras.
Algumas de suas obras são:
*Para público infantil: 
- Coleção Quatro Elementos;
- Para que serve a água? Para que serve o fogo? Para que serve o ar? Para que serve a terra?
- É hora! É hora! 
- A arca de Noé 
- Caboclinho d´água
- Água, Gaia, Fogo e Ar (Ed. Zeus, 2004). Selecionado para Acervo Básico FNLIJ 2005; Catálogo da Feira de Bolonha 2005 e PNDL 2006
- Receita para pegar saci (Nova edição pela Cortez, 2009). Selecionado para Catálogo da Feira de Bolonha 2002.
* Juvenil (Leitor fluente e leitor crítico)
 Pra onde vão os dias que passam? (1992). Finalista do Prêmio Autor Revelação 1992 da FNLIJ; Selecionado para o 1º Ateliê do Artista (1997); Livro traduzido na Bulgária pela editora Printex.
* Formação de leitores
- O que é qualidade em literatura infantil e juvenil? Com a palavra o escritor. Organizado por Ieda de Oliveira. Artigo O jogo do faz de conta (Ed. DCL, 2005). Altamente recomendável teórico, pela FNLIJ (2005). Selecionado para o Catálogo da Feira de Bolonha (2006)
-Nos bastidores do imaginário: criação e literatura infantil e juvenil (Ed. DCL, 2006). Selecionado para o Catálogo da Feira de Bolonha (2007). Selecionado para o Acervo Básico da FNLIJ (2007).



Yaguarê Yamã Aripunaguá


Ozias Gloria de Oliveira Yaguarê Yamã nasceu no Amazonas, em 1973. É escritor, ilustrador e geógrafo formado pela Universidade de Santo Amaro (UNISA-SP). Morou por vários anos em São Paulo, onde lecionou em escolas públicas e palestrou sobre temática indígena e ambiental.
Casado com a também escritora Lia Minapoty, Yaguarê atua como líder indígena do povo Maraguá, motivo pelo qual regressou ao Amazonas em 2004, com o intuito de lutar pelos direitos de seu povo e pela demarcação de suas terras no rio Abacaxis. Desde 2011 mora na cidade de Parintins, no Amazonas, onde leciona para o ensino médio em escola pública.
É autor de dez livros, entre eles ‘O caçador de histórias’, que recebeu o prêmio Altamente Recomendável, pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ); e Sehaypóri, selecionado pelo catálogo White Ravens para a Biblioteca de Munique (Alemanha) e para a Feira de Bolonha (Itália).
Como ilustrador, ilustrou seus próprios livros e de autores consagrados como Daniel Munduruku, além de participar da exposição da famosa artista plástica Maria Bonomi, no Memorial da América Latina, em São Paulo, com duas obras em bronze.
Pertence ao Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas (Nerarin), filiado ao Instituto Brasileiro para Propriedade Intelectual (INBRAPI) e é vice-coordenador da Associação do Povo Indigena Maraguá (ASPIM).

Dentre outros livros de sua autoria estão: Urutópiag - a Religião dos Pajés e dos Espíritos da Selva; Puratig o Remo Sagrado e Kurumi Guaré no Coração da Amazônia.

Naná Martins 

Naná Martins nasceu em 1971, na cidade do Rio de Janeiro. É escritora, servidora pública federal , poetisa, pedagoga e conselheira da Federação Indígena Brasileira (FIB). Como conselheira da FIB, assumiu o compromisso de divulgar a diversidade cultural indígena por meio da literatura. Em 2011, participou da primeira antologia da AEILIJ, Trem de histórias. Publicou para crianças Pé de lata, Vai e vem, Carrinho de caixa e A lua e o porto.  Dedica seus escritos, em especial, ao público infanto-juvenil. Aprecia o caminho e mais ainda o prover da caminhada. Os mistérios de Itacueretaba, Iyá Agbá, a mãe-ventre e Pedzeré, linhas e cores estão entre os livros da escritora.

Tiago Hakiy 


Tiago Hakiy é amazonense, de Barreirinha, descendente do povo sateré-mawé. Poeta, escritor e contador de histórias tradicionais indígenas, é autor de vários livros sobre a temática, voltados para o público infantil, como CurumimZice (Leya) e Guaynê derrota a cobra grande (Autêntica). Em 2012, foi vencedor do Concurso Tamoios de Textos de Escritores Indígenas. Formado em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), mora no coração denso da floresta amazônica. É membro do Núcleo dos Escritores e Artistas Indígenas (NEArIn). Em 2012 foi vencedor do Concurso Tamoios de Textos de Escritores Indígenas. Guaynê: derrota a cobra grande - uma história indígena, A Pescaria do Curumim e Outros Poemas Indígenas são alguns dos livros escritos por Tiago.

Diléa Frate 



Dilea Frate é jornalista e escritora brasileira. Ela estudou na Escola de Comunicações e Artes da USP, tem livros infantis recomendados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e suas histórias estão em muitos livros didáticos adotados no ensino fundamental. Um de seus livros, ‘Procura-se Hugo’, foi adaptado para o teatro. Além disso, tem histórias publicadas em mais de cem antologias de português para o ensino fundamental e houve traduções de suas obras no exterior.
Em 1994, tornou-se escritora de livros infantis com o livro ‘Procura-se Hugo’, que foi transformado em peça de teatro, com músicas de Guilherme Arantes, Walter Franco e Tom Zé. Seu livro seguinte, ‘Histórias Para Acordar’, foi vencedor do Prêmio Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). Fábulas Tortas foi convertido para braile e adotado pelo Instituto Benjamim Constant no Rio de Janeiro. Entre os livros escritos por Diléa Frate, estão: Histórias para Acordar, Procura-se Hugo, Fábulas Tortas, A Menina Que Carregou o Mar Nas Costas.

Ely Macuxi 


Ely Macuxi. Ely Ribeiro de Souza é professor concursado de História da rede pública de ensino em Manaus, ex-gerente de Educação Escolar Indígena na Secretaria Municipal de Educação, docente de antropologia na UNINTER e assessor de diversas organizações indígenas no Amazonas. Esteve em vários encontros de escritores indígenas. Concluiu seu curso de graduação em Filosofia e partiu para a pós-graduação. Fez o Mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia e especialização em Gestão e Etnodesenvolvimento, ambos na Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Ely é líder comunitário no bairro de Santa Luzia, onde coordenou atividades de pastoral. Atuou ainda como dirigente sindical no Sindicato dos Trabalhadores de Ensino no Amazonas e como lutador incansável no movimento indígena organizado. Ipaty: o Curumim da Selva é uma obra escrita por Ely.

Roni Wasiry 


É natural do Paraná do Ramos, no Amazona e atualmente mora na pequena cidade de Boa Vista do Ramos. Pertence ao Povo Indígena Maraguá, um dos poucos de origem Aruak no Baixo Amazonas. É formado em Pedagogia Intercultural Indígena e é palestrante sobre temas indígenas e professor da escola Casa Familiar Rural (CFR, que trabalha com questões voltadas ao Desenvolvimento Sustentável, à Preservação do Meio Ambiente, ao Manejo Florestal e a Técnicas Agrícolas, um ensino diferenciado. Mondagará Traição dos Encantados, Olho d´água - O caminho dos sonhos são alguns dos livros escritos por Wasiry.

Flimt 2015 apresenta programação diversificada para adultos e crianças

quinta-feira, 8 de outubro de 2015
A terceira edição da Feira do Livro Indígena de Mato Grosso (Flimt) traz em 2015 uma programação diversificada para o público adulto e infantil, de 21 a 23 de outubro, no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Serão exposições de livros, palestras, mesas de debates, sarau literário, bate papo seguido de autógrafos com os escritores, cantos, rodas de conversa, contação de histórias, além da exibição de documentários e vídeos.

A programação começará a partir das 8h e se estenderá até a noite. Durante todos os dias da feira a biblioteca itinerante, de Clóvis Matos estará presente, com um acervo de livros disponíveis aos amantes da leitura.

A Flimt, que integra a programação dos 45 anos da UFMT, traz este ano o tema “A sabedoria das Matas ecoando na cidade”. De acordo com a presidente do Instituto Usina, Lúcia Picanço, a literatura indígena “explode em cores dessa floresta repleta de sabedoria, com suas lendas e histórias tantas vezes contadas por sábios e anciões”.

Lúcia, que é pintora e formada em História pela UFMT, destacou a importância de se valorizar o saber indígena e toda a sua pluralidade, já que, segundo ela, somos herdeiros de tudo isso. Ela diz que cada vez mais a Flimt se configura num instrumento de visibilidade da sabedoria da floresta, que está contida e contada na literatura indígena.

“Essa literatura vem ganhando força no cenário nacional e internacional revelando a sua magnífica originalidade. Existe hoje no Brasil aproximadamente 235 povos indígenas e cerca de 180 línguas diferentes se comunicando. Isso não é pouco, isso não pode ficar no escuro. Isso revela o Brasil que de fato deve ser visto: que é plural e rico em conhecimento ancestral, que é a base de tudo”.

E é por meio dessa pluralidade acerca de todo o universo dos povos indígenas que a programação da Flimt foi pensada: para fomentar o entendimento do índio contemporâneo e possibilitar o acesso da sociedade mato-grossense. Com isso, abrir espaço para a literatura produzida pelo escritor indígena e do pesquisador, índio ou não índio, para divulgar a cultura, história e tradições indígenas.

A Flimt é uma realização do Instituto Usina, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo de Cuiabá e do Ministério da Cultura.

Fonte: Assessoria FLIMT 2015
Foto: Edson Rodrigues

 

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